Escondam as criancinhas...

O Papa vem aí.

Eles até limpam a cidade, sim porque o "Papa" que é só uma pessoa, é mais importante do que as milhares que vivem em Fátima. Um tipo que se veste com um longo vestido, um boné "démodé" e que anda com uma espécie de cajado na mão com um tipo pregado numa cruz, tem das maiores credibilidades de sempre.

Acho muito bem que limpem as cidades por onde ele passa, ao menos limpam-nas de 50 em 50 anos, não está mal. O Papa vem do Vaticano, um pequeno País que é dos mais ricos... Será que é por roubarem doces às crianças que muitos deles molestam? Quando acabarão estas poucas vergonhas?

Se o vaticano é tão rico, porque é que não distribuem riqueza pelos pobres? Não é o que o Papa está sempre a pedir? Igualdade para todos, etc, etc... E se em vez de falar fizesse alguma coisa?

Parece que a sua santidade até vai ter direito a uma cadeira que está a ser feita especialmente para ele... A pessoa que a está a fazer, diz que um dia os netos vão se orgulhar dele (LOL). Espero bem que, se algum dia eu for avô, que eles se orgulhem de mim pelo o que eu faço para os ajudar [a eles ou a outros] e não por eu ter feito uma cadeira para "A", "B" ou "C".





Gostava de saber porque é que se orgulham do Papa... Será por ele usar aquela vestimenta que eu descrevi, ou será porque ele fala sem fazer nada? Dizem que quando ele fala traz esperança... Realmente tem a sua verdade, eu fico sempre na esperança que se cale e faça algo.

Escondam as crianças dos Padres, nunca se sabe.

Aqui está o 25 de Abril na sua plenitude


                                         "Nove em dez empregos novos são precários."

                                           Título de JORNAL DE NOTÍCIAS - 25/4/2010


Como já tinha escrito, o verdadeiro 25 de Abril ainda não se deu. Talvez tenha ocorrido para os empresários, os que são patrões. Hoje em dia, escusam-se com a crise (seja lá o que ela for), para "pressionar" os trabalhadores: "Epá isto está difícil... Está complicado ter dinheiro para vos pagar. Vamos ter que trabalhar mais para ver se se consegue." Este é só um exemplo até muito "soft" porque a relação do patrão com o empregado é feita com arrogância e maior violência psicológica, do género: "Se não fazes, vais-te embora e o que não falta aí é gente para entrar." ou "Hoje em dia já não há empregos fixos.".

Já estive em alguns empregos em que, de 3 em 3 meses, se mudava o nome à empresa e, com essa mudança, vinha a história do "isto está mal, começámos agora..." e depois aumentavam a carga horária e diminuíam o vencimento. Diminuiram-me o vencimento por 4 vezes; foram as vezes que a empresa mudou de nome.

Trabalhei no Intermarché de Évora, na secção de líquidos (vinhos, cervejas, bebidas brancas, águas, sumos de pacote, sumos de garrafa, etc.) e quando chegava a minha hora de sair era pressionado para ficar a fazer mais horas [com a tal chantagem de se poder perder o emprego e "há outros que fazem"], horas essas que já me tinham avisado de antemão que não iriam ser pagas. Mas pasmem-se, nessa secção era para estarem a trabalhar 3 pessoas, mas não estavam, estava só uma pessoa, eu. Como eu queria conservar o meu posto de trabalho, sentia-me mal (com a consciência) se não ficasse, mesmo sabendo que não iria receber por isso. Uma das vezes cheguei menos do que 5 minutos atrasados e o meu patrão perguntou-me se aquilo é que eram horas de chegar. Expliquei-lhe que tinha saído 2 horas depois do meu horário na véspera, ao que ele simplesmente me respondeu que não lhe interessavam as horas a que eu saía, mas sim às que eu entrava...

Hoje em dia, o empregado é um escravo que só ali está para ser usado, uma e outra vez até à exaustão.

Ainda me fizeram outra. Como eu tenho uma vida de pobre e com algumas dificuldades, montaram-me uma cilada (que saiu furada). Mandaram-me para o corredor dos vinhos e das bebidas brancas e lá encontrei uma carteira de senhora (enorme). Agarrei nela e, sem demoras, levei-a ao balcão de informação, entregando-a. Obviamente, nem a abri; se calhar, se fosse na rua, fazia-o para ver de quem era. Mais tarde, vim a saber, por um rapaz que se tornou meu amigo e que trabalhava na vídeo-vigilância,  que essa situação da carteira tinha sido montado pelo patrão... Tudo isto porque alguém andava a comer donuts das "quebras" (quando a embalagem está aberta ou tem o produto danificado, coloca-se numa zona designada por zona das quebras) e o principal suspeito era eu. Portanto, está aqui mais um exemplo prático de como tudo funciona: se formos pobres, somos ladrões.

Lá se veio a descobrir que afinal quem andava a comer os donuts era uma rapariga (Romena) da limpeza porque recebia mal e não tinha muito que comer. Em vez de um "ralhete" despediram a rapariga. Em Portugal não há pedagogia. Essa palavra é o mesmo que mostrar a cruz ao Diabo. As senhoras da limpeza (as Romenas) diziam-me que mais valia não terem saído do seu País, pois aqui era igual, senão pior, nem sabiam bem.

Obviamente que quem se queixa é quem recebe os extraordinários salários de 450€. Dos 600 € para cima poucos ou nenhuns falam... Pudera, ainda podem perder o que têm. Usamos muito aquela máxima "Com o mal dos outros posso eu bem".

25 de Abril? Sim, sempre... Sempre que acontecer, quando acontecer um a sério... Até lá, posso já não estar cá.

A revolução dos (es)Cravos

 

Um gajo acorda, liga a televisão e vê uma data de engravatados com cravos na lapela que comemoram a "liberdade". Liberdade? Liberdade no quê, do quê? Passámos de roubados e calados, para roubados, escravizados e com a pouca liberdade de nos podermos queixar? E ao que é que nos leva a queixa, e a conversa? Com a revolução ficámos ainda piores. Agora em vez de sermos roubados por "um", somos roubados por uma data deles que compram submarinos com trafulhice à mistura, tiram cursos ao Domingo, entram em escândalos de corrupção, os Freeports, compras de televisões, Bancos, etc, etc, etc.

Acho que a revolução foi mesmo das flores: a partir desse dia começaram a aparecer mais...

Quem fez a revolução não foi o povo, foram os militares. O povo Português não quer fazer nada; os homens querem papar as mulheres e ser ricos e as mulheres querem subir na vida, nem que seja "na horizontal", e ser ricas. Muitas querem sê-lo sem trabalhar, depois casam-se com velhos cheios dele... Mas ninguém olha para o lado, para o vizinho ou o amigo, e deseja a sua felicidade. O Português é invejoso e egoísta. Desde que a televisão foi inventada que, em Portugal, as pessoas querem é aparecer nesse rectângulo, seja lá pelo que for.

Foi por tudo isto e muito mais que nós já fomos donos de meio Mundo e perdemos tudo. O Português não pensa em conjunto, só pensa em si próprio. Prefere dar dinheiro para outros Países (e povos), do que ajudar os pobres do seu País que dormem ao pé da sua porta. E porquê? Porque se der ao pobrezinho que dorme ao pé da sua porta, o acto não é "visível"; já ninguém pode dizer ou achar que ele é uma excelente pessoa.
Quando dou uma esmola (por exemplo), estando eu desempregado e recebendo mal, é porque quero ajudar a outra pessoa (para aquele dia, pelo menos), e não preciso que "vocês" me venham aplaudir esse acto. Fico extremamente feliz quando a pessoa que eu ajudo fica alegre e me agradece. Sim, também sou egoísta, não quero esse momento partilhado com mais ninguém; só eu e a pessoa é que temos que saber.
25 de Abril, liberdade e democracia? Quando realmente a revolução dos (es)Cravos acontecer, avisem-me.


P.S.: Obviamente há excepções à regra, existem Portugueses diferentes dos que eu descrevi... São é poucos.

Curiosidades e factos que desconhecem

Eu e o meu Chachada Total, orgulhamo-nos em vos apresentar um estudo realizado por mim. O estudo é baseado em algumas figuras conhecidas, e de alguma forma marcantes, da história do cinema e da música.

Ora bem, passemos aos factos. Ei-los:




Quando Elvis Presley veio a este Mundo, em 8 de Janeiro de 1935, não veio sozinho. Juntamente com Elvis, nasceu o seu irmão gémeo que já tinha nome e tudo, mas que morreu... O seu nome era... E este é o facto que desconhecem... "Pelvis"! É verdade, seria o Pelvis Presley. O seu irmão Elvis, para o homenagear, resolveu desenvolver uns passos de dança que o celebrizaram naquela época. Os movimentos consistiam em movimentar a "Pelvis" de forma sugestiva. Agora já sabem porque é que ele fazia aqueles movimentos; não eram espasmos, era uma homenagem. Com esta notícia, muitos e muitas de vocês, já dormem mais tranquilos de certeza, daqui em diante.

Mas não me fiquei por aqui, ai não, não. Fui pesquisar a vida do Bruce-Lee e descobri que a família era "Bruce" e não "Lee". Agora reparem no que apurámos:




Bruce-Lee nasceu em  27 de Novembro de 1940. O resto da história acho que é do conhecimento de todos... menos uma "coija"... Não sabíamos nada sobre a sua família. Bruce-Lee tinha uma família numerosa e interessante. O pai era Luso-Descendente, era o Sr. "Bruce-Luso". A mãe era a Sra. "Bracelete"... Depois concluí, tendo por base provas irrefutáveis, incontestáveis e, acima de qualquer suspeita, que Bruce-Lee tinha mais dois irmãos dos quais não se orgulhava: um era o "Bruce-Selim" e o outro o "Bruce-Lóse"... Com nomes destes, se calhar também não me orgulhava...

Estou receptivo a todos os vossos aplausos, elogios e doações (monetárias), pois este estudo verídico está para nós  como o "Bibi" está para a Casa Pia.

Assim que abrir uma conta, faculto-vos o meu NIB para poderem contribuir.

Um bem haja a mim. Grandes informações.

Instituições de utilidade Pública em Portugal... O espelho de um País. (Parte II)

 PARTE II (Fotos e "Post" em actualização)


A "Misha"... Tenho muitas saudades dela. Uma grande amiga e companheira. Só não a vou visitar porque tenho pena do que possa ver que não me agrade, como os cães magros, por exemplo.

Com todas as situações que descrevi na Parte I, e depois de ter avisado a direcção do C.A. "N" vezes de que iria fazer queixa na Inspecção Geral de Trabalho, eles faziam de conta que não ouviam e desvalorizavam a situação... Achavam que um pobrezinho como eu, sem os conhecimentos que eles tinham, não iria fazer nada. Enganaram-se. Fiz mesmo a denúncia. A inspectora que foi ao meu local de trabalho, para terem noção da "cena", depois de ver as condições meteu as mãos à cabeça e disse-me "Meu Deus, isto não tem condições para os animais, quanto mais para os trabalhadores!". Já estão a ver  filme.
Agora atentem. Ao meu cuidado tinha cerca de 120 e tal cães (o valor não era sempre o mesmo porque saiam e entravam animais), lavar os canis sozinho (acontecia nas férias do senhor que ia só de manhã e nas suas 2 folgas por semana) em 4 horas, ao mesmo tempo que tinha que atender as pessoas, guiá-las no espaço do canil, respondendo a perguntas, resolvendo problemas que surgiam  (ou tentando), atender telefonemas (no telemóvel do canil porque não tínhamos electricidade), dar comida, mudar águas, tratar dos feridos e doentes, apanhar os cócós à pá, tratar dos gatos, dar-lhes comida e limpar, lavar gamelas... Enfim, e a minha colega e responsável a receber um chorudo ordenado sem fazer "peva". É justo, não é?! É transparência, não é?! Pois, mas ninguém vê o que está na cara escarrapachado sem hipóteses de se falhar.

Este é o País dos ricos e dos compadrios. Este é um País em que uma Instituição de Utilidade Pública faz falcatruas, omite receitas e paga a funcionários pela porta do cavalo... E a alguns funcionários, paga-lhes porque são amigos. Uma vez, foi-me deixado o envelope com o dinheiro que eu recebia (era assim que faziam) em cima de uma bancada, só que estavam lá 2 envelopes, não reparei nesse pormenor e agarrei num e abri... 400€ era o que lá estava dentro, eu como tinha feito, como sempre, muitas mais horas, iria receber um pouco mais (naquela vez). A direcção do C.A estava em dívida para comigo em cerca de 400€ em horas... Que a partir do momento em que me infernizaram a vida, fiz com que mas pagassem na sua totalidade. Voltando aos envelopes... Após verificar que aquele dinheiro não era o meu, vi que o envelope tinha um nome "Ana", a irmã da Gestora que num mês, se esteve lá 6 dias e mais de 3 horas, em cada dia desses, é um milagre. Registe-se, recebeu 400€ sem fazer nada. Assim vale a pena.

Os outros, os que trabalham, que são íntegros e honestos, são mal tratados, gozados e colocados de parte como se sofressem de uma doença altamente contagiosa. Estejam descansados, se a integridade e honestidade fossem doenças, poucos a apanhavam.

Da direcção do C.A. recebi cartas registadas com ameaças de cortes no salário e perda de dias de férias, avisos de mudanças de horário com início na data de recepção da mesma (carta), etc... Cartas ridículas, onde se distorciam todas as minhas palavras. Se eu dissesse "cão", eles diziam "leite". Por lei, devido à precariedade do meu trabalho e riscos inerentes, eu (e qualquer outro trabalhador do Canil) deveria ter "regalias", tanto a nível monetário, como de horários e férias. Quanto a isso, eles nada diziam. Veja-se o ridículo: eles é que fizeram o "regulamento interno", deram-mo para eu ler e cumprir, mas não quiseram que eu o cumprisse... Como estava a efectivo, quiseram-me "chupar" até ao tutano.

Quando os alertei que, caso continuassem com intransigências iria fazer queixa na Inspecção Geral do Trabalho, eles, feitos espertos, alteraram o regulamento interno. Foram espertos mas não muito... Só alteraram a parte dos horários e outras que lhes conveio (umas poucas), para o caso de serem confrontados com o tal regulamento e poderem negar tudo... Porém, os erros ortográficos e outros de impressão ficaram lá, ou seja, fizeram simplesmente "copy-paste" do regulamento, alterando apenas as tais partes que falei, tendo-o depois colocado no local onde estava o antigo sem dizerem nada... Assim, sempre podiam dizer que eu era maluco. Obviamente, eu tinha a cópia que me deram, e acho que se excluía a hipótese de ter sido eu a alterar o regulamento. Para isso, teria que fazer uma cópia "a dedo" dele... Ainda eram umas boas dezenas de páginas.

Podia-os ter levado a tribunal, e só não o fiz porque sabia que haveriam imensas probabilidades do Canil fechar. Advogados a quem recorri garantiam-me que tinha tudo para vencer qualquer acção judicial... Arrastei-me lá durante 2 anos apenas por causa dos animais, e o que é que ganhei com tudo isso? Nada. Nem respeito. Para sair de lá confrontei-os pela 87768586586587679786ª vez com os factos, e com a certeza de que aquele seria o último aviso... Eu sabia da indemnização que tinha a haver, abdiquei de 50% dela porque sabia que o dinheiro não saía dos bolsos da direcção. Aliás, disse-lhes isso na cara: se saísse dos seus bolsos, queria-o até ao último tostão. Mesmo assim, quiseram-me pagar somente o equivalente a um ordenado; não aceitei... Então, lá aceitaram a minha proposta, que era do equivalente a 2 ordenados... 2 ordenados de "quase" 400€ cada, em 2 anos de puro esforço físico e mental... Muita gente me disse que fiz mal. O que me interessou é que finquei o pé, quando todos me quiseram derrubar; fui um osso duro de roer, sem medos, com a certeza de que tinha a razão e a justiça do meu lado.

Fiz o melhor que pude, e é curioso, eles (direcção) nunca me terem dito que eu trabalhava mal. Até soube depois, por terceiros, que eles falavam muito bem de mim a toda a gente... Curioso, talvez. Não fosse eu saber que esta sociedade vive de aparências e até achava muito estranha essa situação. É claro que eles ali fazem o seu "teatro", aproveitam-se da sua situação social/profissional para "cair" bem no seio da maioria das pessoas. A direcção da Associação Cantinho dos Animais é composta por menos pessoas do que a lei permite, mas ninguém quer saber. O que eu quero dizer com isto é que ali faltam posições "chave",  sem as quais a direcção não poderia comandar... Mas eles comandam, devido à cidade ser pequena e as pessoas serem falsas; mesmo vendo o que está à vista de todos, todos viram a cara para o outro lado. A direcção aproveita-se das suas "connections" para manter a cara lavada. Uns são professores, outros trabalham nos bancos, outros ainda, na segurança social.

Este tipo de pessoas, que andam sempre bem vestidas e sempre bem falantes, nunca se sujam, pelo menos à frente de todos. Sabem quantas vezes um membro da direcção foi ao Canil, durante 2 anos? Eu digo-vos, 2 vezes, para entregarem umas roupas doadas pela Casa Pia de Évora... Até houve um grilo que só lá fui uma vez para me tentar intimidar... Como não tinham lá homens, mandaram-me aquela amostra. 2 visitas (de 30 minutos) em 2 anos é muito, não acham? Uma direcção de uma instituição de utilidade pública que não é remunerada, diziam eles (porque o faziam por amor aos animais...), deixa muito a desejar.

Limpar merda, andar de enxada na mão, ou fazer festas aos animais, não era para eles. O que era para eles era aparecer à frente dos flashes das câmaras fotográficas para aparecerem nos jornais, nas festas e na feira, e as patetas pessoas ficam com a ideia que eles são mesmo excelentes pessoas e que gostam muito dos animais. Não são, não gostam. Além de aparecerem nas fotos uma vez por ano e nas feiras, tudo o que eles faziam (e se calhar fazem), além de nada, era mexer no vil metal, o pilim, o "carcanhol". Eram bons pedintes, mas muito mal agradecidos. Tantas pessoas que vi doarem dinheiro à Associação e nem um "obrigado". Houve pessoas, inclusive, que "investiram" lá dinheiro para dar outras condições (melhores condições) aos animais e eles tratavam-nos com desprezo e até, em alguns casos, com arrogância.

 Quanto as voluntários, 99% eram raparigas. Muitas delas tornaram-se minhas amigas e só lá iam para me ajudar e estar ao pé dos animais que elas gostavam... A maioria dizia-me sempre que se não fosse lá estar eu, nunca mais lá metiam os pés. Uma das voluntárias é agora a minha actual namorada (há quase 3 aninhos), posso-vos assegurar que muitas das voluntárias (sendo voluntárias, não eram pagas) trabalhavam lá mais do que a gestora (e depois a sua irmã , versão mais magra mas com o mesmo conteúdo e carácter). A minha namorada, por ser minha namorada, sempre que podia queria-me ir ajudar. É capaz de ter trabalhado uns 3 meses no total de dias e horas feitas. Acham que teve algum agradecimento por parte de alguém da direcção ou até mesmo da gestora? Não, nada. Não recebia ordenado como as outras mas cumpria os horários como se de uma empregada se tratasse. Apanhou lá frio, chuva e calor intenso, fartou-se de trabalhar. Agradecimentos, zero.

Finalizo para falar dos animais, os de 4 patas, que ao fim e ao cabo são, ou eram, mais importantes do que tudo o resto. A gestora gostava muito de mandar, mas trabalhar "tá quieto, chico". Mandar era uma alegria!Uma das suas directrizes, com a qual sempre me "brindou", era a de dar pouca comida aos animais. Tinha que se poupar, dizia ela... Obviamente que essas ordens não eram cumpridas. Quando para lá entrei, os animais estavam magríssimos; com a minha continuidade, tornaram-se bem gordinhos (não exageradamente). E sempre expliquei as razões pelas quais não fazia o que ela me mandava. Reparem que em muitos canis existiam 5 cães; se eu colocasse pouca comida, havia sempre um que comia a dele depressa e ia comer a dos outros... Se eles tivessem as gamelas cheias, nada disso se passava. Claro que, estando os animais satisfeitos em relação à comida, havia também menos probabilidades de se gerarem brigas. Mas é igualmente óbvio que isto apenas se sabe estando lá, no terreno; são coisas que se aprendem com a prática e a rotina... Coisas que ela não sabia, nem sabe.

Vi animais doentes morrerem à minha frente, e à frente de todas as pessoas que lá iam vê-los. Quando eu diagnosticava alguma doença em algum, algo que com a prática se sabe fazer, avisava a gestora, gastando dinheiro do meu telemóvel, e ela inventava desculpas para não os levar ao veterinário. Nunca mais me esqueço do dia em que diagnostiquei sintomas de "parvovirose" em 2 cachorrinhos que tínhamos lá recém-chegados. Os sintomas eram bem visíveis-diarreia em sangue.. Avisei a gestora e, porque era dia da mãe e Domingo, disse que não podia lá ir, até porque também se pagava mais, nas urgências... "Amanhã de manhã passo aí e levo-os à clínica". Avisei-a de que poderia ser tarde de mais, mas não quis saber. No outro dia, foi lá buscá-los ao final da tarde; já estavam ensacados porque tinham morrido... A direcção teve conhecimento, mas nem pestanejaram, sempre frios e distantes; é a imagem de marca. Foram "N" situações, mas destas foram muito poucas, felizmente. Enquanto lá estive, a taxa de mortalidade dos animais do canil diminuiu quase em 100%, salvo mesmo raríssimas excepções (morte por velhice, ou briga).

Uma das batalhas que travei no Canil foi sobre o dinheiro. Se não têm dinheiro para assistir o animal que esteja doente, o que é que ele lá está a fazer? Sempre fui defensor da ideia do "não se tem dinheiro para ajudar todos, então ajuda-se só os que se podem"... Não é ajudar os favoritos e os outros não. Eu não posso ter um bom carro porque não tenho possibilidades financeiras de o ter, tão simples quanto isto. Só tinham que fazer o mesmo.

Acho que o maior elogio que me fizeram, foi terem-me achado estúpido... Exemplo disso foi quando a advogada da Associação me perguntou quem era o advogado que me escrevia as cartas porque, como tinha muitos conhecimentos jurídicos e eram bem elaboradas, não podia ser eu a escrevê-las... Mesmo dizendo que na altura nenhum advogado me tinha escrito o que quer que fosse (como nunca escreveram, nem sequer me ditaram), não ficaram convencidos... Nem repararam que as piadas que lá iam e as ironias são a minha marca em qualquer lado e em qualquer circunstância. Realmente, um tipo que trata de animais e anda no meio da merda, não pode saber escrever de forma "elaborada"... Preconceitos normais de pessoas anormais que se acham superiores, ou porque são professores, ou o raio que as parta.

 Já sabem qual é a diferença entre as pessoas para quem cuspo o meu melhor escarro, e as pessoas que respeito?


Podia escrever aqui muito, muito mais, mas também não quero. Queria só que tivessem conhecimento do que se passa em alguns sítios, em algumas instituições, que estão acima de qualquer suspeita... As Instituições até podem estar, as pessoas não...


Aprendi muito sobre os animais, mas mais aprendi sobre as pessoas, infelizmente. De facto, os animais resistem a muita coisa, mas mesmo não tendo a nossa inteligência, parecem dar valor ao amor que recebem, e o qual eles sentem e retribuem. Sobre as pessoas já não tenho fé... Até das boas vontades já desconfio.

Lembrei-me de um outro episódio, estive no Banco de Urgência com problemas de estômago, estava um pouco desidratado e fraco, faltei dois dias ao serviço . No terceiro dia, fui trabalhar e levei a justificação para entregar à gestora quando ela lá estivesse, assim fiz e entreguei-a. Ela disse que não era preciso e que não havia problema, não a quis aceitar... Uma semana depois, recebi uma carta a dizer que me iria ser aberto um processo disciplinar por ter faltado dois dias seguidos sem justificação. Contactei a direcção e contei-lhe o sucedido, mesmo assim mantiveram a decisão. Mais tarde, descontaram-me esses dois dias em que estive doente e com justificação, no ordenado. E esta hein?!

Seja comigo, seja com quem for, estes casos são revoltantes.


Se por acaso me recordar de mais casos, irei fazer a actualização do post.

 Esta é a "Muna". A Misha e a Muna eram as minhas amigas e companheiras ao longo do dia, para além dos outros,  claro, só que estas eram especiais... Andavam à solta e sempre (quase sempre) ao pé de mim. A Muna morreu atropelada na estrada que passa pelo canil, foi um dia muito triste. Elas costumavam "sair" do canil e dar uma voltinha, às vezes até traziam coelhos (lol)... Eu tinha pena dos coelhinhos mas já estavam mortos, não havia nada a fazer.


 Aqui temos um exemplo de como os canis estavam de manhã. Agora imaginem não haver água porque o gerador da 1ª Guerra mundial estava avariado, mas isto durante 3 ou 4 dias... É só triplicar a sujidade que vêem e têm uma ideia. Claro que quando as "avarias" aconteciam e a merda acumulava nunca estava ninguém disponível para limpar... Adivinhem a quem calhava essa tarefa... Pois, eu. Muitas vezes poderia deixar a sujidade acumulada por mais um dia, mas além de dar mau aspecto, os animais mereciam melhor e não tinham culpa dos parvos dos Humanos serem bestas e preguiçosos.


 A realidade por vezes é bem dura... Certa vez a Gestora ordenou, a mando da Direcção ,que eu colocasse uns cachorrinhos, recém nascidos, dentro de um saco com éter para os matar. Recusei-me a fazê-lo terminantemente, e foi o meu colega que executou a tarefa.  Nunca aprovei estes actos. A minha tarefa era a de tratar os animais e não a de matá-los. Quem é que tem coragem para matar estas fofuras?


Esta foi a minha imagem de marca nos 2 anos em que trabalhei na Associação Cantinho dos Animais, tudo limpo e asseado, sempre.


A parte de frente dos Canis. 


Alguns bichinhos com quem eu tinha que lidar... Assustador mas ao mesmo tempo, interessante. Esta aranha era enorme.


Não é uma doçurinha?



E o irmão que parece o "Mascarilha".


Aqui está a "Velhinha", era tão fofa. Esta cadelinha não tinha qualquer dente, com insistência minha, foi colocada à solta. Mais uma fofa.


E que tal agora uns gatinhos? Não são fofuxos?


Este não estava nada a gostar da brincadeira. Os gatos são uns "Misters".


A classe, o estilo, a pose...

(Continua)