Somos piegas, somos insensíveis...

Após anos e anos de pesquisa, cheguei à conclusão de que os políticos/deputados no parlamento trabalham imenso, e que precisam do nosso dinheiro pelas melhores razões, ou seja, para a saúde. Portanto, e desde já, endereço as minhas mais sinceras e virgens desculpas a esses senhores que tanto fazem pelo nosso país.

Pois é, em média, estes senhores trabalham cerca de 40 segundos, talvez de 4 em 4 meses (sim, 40 segundos). Claro que as pessoas mais desatentas vão considerar que 40 segundos não são nada, mas enganam-se redondamente.

Se por acaso consideram que os meninos deputados e outros políticos andam a receber milhares de €uros   e outras regalias - tudo pago por nós - sem fazerem rigorosamente nada, desenganem-se novamente.

Na realidade, o momento em que trabalham os tais 40 segundos sucede precisamente no momento em que ocorre a árdua tarefa de se terem de levantar para participar numa votação (seja ela qual for)... Esse desgastante movimento, de terem de se apoiar nas pernas para se levantar, não pode ser realizado por qualquer pessoa, só mesmo por autênticos campeões com muito jogo de cintura.

Para realizar o movimento correctamente, há que ter em conta vários factores, dos quais destaco: a posição dos pés, os vincos nos fatos e uma ou outra erecção que possa estar a decorrer naquele exacto momento.


Já alguém participou numa votação em que, para os votos poderem ser contados, nos temos de levantar ou simplesmente mantermos-nos sentados?! Não é para todos, meus amigos... Nem um domador de leões faria algo tão arrojado!

Há muito que leio livros sobre alimentação, e em todos vem escrito a mesma coisa, "o pequeno- almoço deve ser a refeição mais rica e completa do dia". Não é, portanto, de admirar que o pequeno- almoço que o Sócrates tomou com o Figo tenha custado 100€. Pelo preço, esse pequeno almoço foi ao encontro da palavra "rica" referida na frase acima citada... Há que convir que a saúde dos nossos políticos é extremamente importante para eles nós.

O que faz muito bem à saúde dos nossos políticos é andarem por aí a passear com os "nossos" carros topos de gama, a consumir gasolina a torto e a direito, e a tomarem o pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar fora, nos locais mais caros e distintos.

Uma coisa é certa, nós precisamos dos nossos políticos felizes. Quando eles estão efectivamente felizes, até quase que se consegue vislumbrar a tristeza que lhes vai na alma ao anunciar as medidas de austeridade que, por simples coincidência, nunca lhes tocam...

O Paços Coelho tem razão, nós somos piegas!

Entendo, então, ser esta a altura indicada para deixarmos de ser piegas, e já que não conseguimos ter dinheiro para nos sustentarmos, vamos continuar a financiar os nossos políticos, para que eles se consigam sustentar.

Lembrem-se do Cavaco, este pobre coitado apenas aufere uma reforma de cerca de 10.000€, não sejamos insensíveis. Já repararam do que era feito daquele indivíduo, cujo nome não me recordo, que chegava montado numa mota à Assembleia da República e agora já o faz com um carro topo de gama? É apenas o exemplo de mais um financiamento bem sucedido.  Estamos a ir pelo caminho certo.

 E o que dizer deste pobre coitado sem-abrigo? Este é mais um emigrante português decidido a mudar a sua vida de pobre... Ah... não, este é o Sócrates...

Ao que parece, o nosso ex-primeiro ministro não tem emprego, e na declaração de rendimentos também não declara ter muito...

Por ser pobre, e para ser coerente com essa situação, mudou-se, com o pouco que possui, para Paris, mais precisamente para o bairro mais caro de França - para onde normalmente os pobres vão. Para cúmulo do sofrimento, ainda é obrigado a comer as suas refeições nos restaurantes mais ricos da cidade, e a pagar a universidade privada onde o filho estuda (que ronda um valor de cerca de 2000 e tal € de propinas). Como se ainda não bastasse, este pé rapado do Sócrates ainda tem de pagar o seu curso, ou seja, mais 1000 e tal €. Sem dúvida que, quando o pão do pobre cai, é sempre com a manteiga virada para baixo...


   Curiosidade:
Há quem diga que quem não vota não pode criticar nada do que os políticos façam... Então também seria justo que quem votasse em "A" não pudesse criticar "A". O que acontece é que todos os que votam, seja em "A" ou "B", se acabam por desiludir e arrepender-se. E isto já dura há quase 38 anos...

Fica a pergunta:

 Então, qual é a diferença entre votar e depois desiludir-se, e não votar por já estar desiludido?

 
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