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Mas isto dá dinheiro?


Prometam-me uma coisa. Se gastam dinheiro nestas tretas, dirijam-se a um guiché no Hospital da vossa área de residência e peçam apoio psiquiátrico. Caso não queiram ter esse trabalho podem contactar o Hospital Psiquiátrico de Lisboa Vulgo Júlio de Matos:       

Telefone: 21791 7000
        Fax: 21 780 0081

Façam esse favor a vós próprios. A vossa saúde mental é importante, até ouvi dizer que nos hospitais psiquiátricos têm  uns coletes todos bonitos que abotoam nas costas... Estão à espera do quê, telefonem já!

Palavras para quê? É o clube do regime Português.

 

Falcao, águias e outras rapinas

1 Pedro Henriques é um árbitro que, quando apareceu, prometia bem mais do que aquilo que viria a cumprir. Por razões que ignoro, o facto é que ele nunca passou de um árbitro banal, às vezes mesmo, pior do que isso até: acumula algumas limitações de julgamento, técnicas, com uma postura de vedetismo e autoritarismo que, não sendo qualidades em si mesmas, só podem tornar mais evidentes os defeitos. Nada é menos eficaz do que o autoritarismo sem a autoridade natural da competência. E, desta vez, quem pagou as favas foi Falcao — ou, como bem disse Jesualdo Ferreira, o espectáculo do Porto-Benfica que aí vem. Por desejo de protagonismo, por autoritarismo, Pedro Henriques resolveu tirar Falcao do clássico deste fim-de-semana, conseguindo ver numa mão em queda de um jogador em queda, depois de derrubado pelos adversários, uma atitude adequada para um cartão amarelo. Incompetência: essa mão na cara do adversário ou ele a julgava como acidental ou a julgava intencional — e então, seria uma agressão, que daria motivo para um vermelho directo, jamais para um amarelo. Exibicionismo: num jogo já decidido e sem história, Pedro Henriques não resistiu a entrar para a história como o árbitro que impediu que a luta pela Bola de Prata entre Falcao e Cardozo pudesse continuar a ser o único, rigorosamente o único, motivo de interesse que ainda resta neste campeonato. Nesse instante, de peito feito, ele achou-se importantíssimo, a suprema autoridade. Enganou-se e o seu engano é ridículo: Falcao faz falta ao espectáculo e, na disputa particular em que estava envolvido, é insubstituível; ele, não.

2 De qualquer maneira, não é justo mandar todas as culpas do desfecho da Bola de Prata para cima de Pedro Henriques. Jorge Jesus fez notar que a Bola de Prata é um troféu que já escapa ao Benfica há muitos anos — e que o Benfica adorava juntar este ano ao título de campeão, já entregue. E, como se tem visto e se viu outra vez este fim-de-semana, estamos em ano em que o Benfica quer, o Benfica tem. Os jogos do Glorioso têm tido uma fatal tendência para serem marcados por uma série infindável de penalties a favor (que Cardozo lá vai transformando, mais mal que bem) e por expulsões dos adversários, que muito facilitam os desfechos. Cardozo leva uns dez penalties convertidos no rol dos seus golos acumulados, Falcao leva dois. Cardozo leva alguns golos validados em off-side (como o terceiro do seu hat-trick contra o Olhanense), Falcao leva quatro golos limpinhos anulados por falsos off-sides. Está uma passadeira vermelha estendida para que Óscar Cardoso leve a Bola de Prata, a de Ouro e a de Diamantes. Resta, como me confessava um benfiquista mais tranquilo que outros que por aí andam, que Falcao é muito melhor avançado e jogador do que Cardozo — como aliás percebe qualquer um que perceba de futebol. E eu, que até acho que Cardozo é um bom avançado e útil na sua missão, não pude deixar de concordar com este benfiquista, quando ele, recebendo a notícia do terceiro golo de Cardozo contra o Olhanense, comentou: «Se ele, além de marcar golos, soubesse jogar futebol, já estava no Real Madrid!».

Não impede que Radomel Falcao, tão a leste destas guerrilhas internas, foi roubado de um troféu individual que indiscutivelmente merecia e mereceu, pela época que fez, pelos golos que marcou e pelos que injustamente lhe anularam e pelo jogador que é. Falcao saiu do jogo de Setúbal em lágrimas por não poder jogar o seu primeiro Porto-Benfica; Jesualdo Ferreira foi expulso do banco pela primeira vez na sua carreira. E Pedro Henriques lá vai continuar igual.

E não impede que Vítor Pereira deveria ter mais pudor em não nomear para os jogos finais do campeonato os árbitros que o mundo inteiro sabe que levam uma mancha benfiquista no coração. Lucilio Baptista — um dos piores árbitros dos últimos anos do futebol português — já não tem margem para benefício da dúvida, quando arbitra o Benfica. Toda a gente o sabe, toda a gente o vê, já toda a gente sorri quando o vê actuar com o Benfica em campo. Desta vez e em apenas oito minutos, ele liquidou o Olhanense e nem sequer deixou qualquer hipótese de que o jogo se pudesse vir a complicar para o Benfica. Aos dois minutos, marcou pressurosamente um daqueles penalties de bola no braço que, em querendo, só não se assinalam aos manetas (e bem menos evidente do que o braço na bola com que Aimar amorteceu para marcar o quinto golo do Benfica). E, aos oito, aí já com razão, mostrou o segundo amarelo ao não-maneta do Olhanense e, com isso e o penalty inventado, o jogo ficou arrumado, tirando os fait-divers: o quarto golo em off-side, o quinto preparado com a mão. Viva o campeão e o Bola de Prata!

Consola-me pensar que em breve Lucílio Baptista gozará a sua justa reforma e Ricardo Costa a sua justa retirada de cena. Cumpridas as suas missões, elogiado o seu zelo em defesa da «transparência». E talvez, quem sabe para o ano, o campeonato se resolva exclusivamente dentro do campo e não haja protagonistas marginais ao jogo a cumprirem a sua penosa missão de retirarem de jogo os seus verdadeiros e melhores protagonistas. Um campeonato inteiramente jogado à luz do dia, longe das sombras dos túneis, dos tiques de autoridade de personagens menores e que nenhuma, nenhuma falta fazem ao futebol.

3 Ricardo Costa retira-se, aliás, com mais uma derrota na sua infatigável batalha contra o F.C. Porto: o Conselho de Disciplina não apenas revogou o seu «castigo» de mais três meses de silêncio a Pinto da Costa, como ainda lhe lembrou esta coisa evidente: quem é o Sr. Ricardo Costa para querer silenciar quem quer que seja? Quem é este Torquemada de trazer por casa que se acha mais importante do que a própria Constituição da República? Quem é este mestre de direito cujas brilhantes teses, e de sentido único, nunca são acompanhadas por ninguém mais que julga os mesmos factos que ele? Quem é este pavão justiceiro que até consegue retirar à águia o brilho que, todavia, nós até lhe reconhecemos? Bye, Bye, Dr. Costa, volte lá para de onde nunca deveria ter saído.

4 Fantástico José Mourinho: ele e só ele derrotou o Barcelona. Não foi o Inter, porque o Inter é uma equipe banal, apenas com um grande guarda-redes e um excelente médio-esquerdo chamado Snejder. O resto são vedetas sem sustentação futebolística — como esse menino mal-educado que é o Balotelli, um jogador absolutamente vulgar, que eu, francamente, não consigo entender como é que merece de Mourinho mais atenção e mais oportunidades que o Ricardo Quaresma.

É sintomático que toda a critica tenha escrito que Mourinho anulou o Barça — jamais que o Inter fez um grande jogo. Não fez, nem nunca faz (talvez contra o Milan, no campeonato, e contra o Chelsea, em Londres). De resto, o futebol do Inter é tão entusiasmante como o Ricardo Costa a explicar as suas teses jurídicas: é um futebol incapaz de dar vida a um moribundo a quem prometessem mais dez anos de vida. Mas isso só torna mais notável o desempenho de José Mourinho: a sua capacidade única de estudar os adversários até à alma e de inventar maneira de os reduzir à impotência e o seu talento para juntar nove homens banais, acrescentados de dois ou três bons, e deles todos fazer uma equipe ganhadora. Mas, continuo na minha: de todas as equipes vencedoras de José Mourinho, a que melhor futebol jogava, que mais espectáculo dava, foi o F. C. Porto de 2003, que venceu em Sevilha a Taça UEFA.

PS: Ricardo Araújo Pereira lá prossegue a sua insana tarefa de meu arquivista particular e não nomeado. Desta vez, e para além do desejo reiterado de não me ver falar de árbitros (exclusivo de cronistas benfiquistas, como ele), realça a minha grande contradição por, em Julho passado, ainda a época não tinha arrancado e eu não tinha visto jogar ninguém, ter previsto que o F.C.Porto era outra vez o principal candidato ao título. O facto de, logo em Setembro e depois de ver o que já havia para ver, ter começado a escrever que o Benfica era a melhor equipe, à vista, não anula essa penosa contradição que ele me atribuí. Ao contrário dele próprio, a quem ninguém verá jamais um elogio ao futebol jogado pelo F.C.Porto (aliás, futebol, propriamente dito, é assunto que nunca o ocupa), ele acha que eu cometi o crime de não ter começado a elogiar o Benfica logo após o Torneio do Guadiana. OK: solenemente declaro, desde já, que o meu favorito para o ano é o Benfica. É o Benfica, é o Benfica.

Entretanto, agradeço ao arquivista ter-me lembrado que em Olhão, no jogo da primeira volta, o Cardozo só não foi para a rua porque o árbitro, enquanto caminhava para ele para lhe mostrar o vermelho merecido, lembrou-se do Benfica-Porto na semana seguinte e mudou o vermelho para amarelo. O Pedro Henriques também se lembrou do Porto-Benfica, mas, estranhamente, a consequência foi a oposta...

Miguel Sousa Tavares n'A Bola.


Este ano o SLB jogou bem (e joga) mas ninguém se vai esquecer das tropolias deste campeonato. Espero bem nunca ouvir falar em apitos Dourados nunca mais, é que nunca se viu algo assim... Claro que só os adeptos do SLB acham tudo normal e transparente, mas não discuto futebol com gente cega e fundamentalista.

P.S.: O golo do cardozo não foi em fora de jogo, e a grande penalidade foi forçada, como é óbvio... Mas bateu na mão do jogador também não há dúvidas. Só defendo que se assinale penalti quando a bola vai para a baliza e é desviada pela mão, seguramente este não era o caso. Verdade seja dita e sem cegueiras.

Escondam as criancinhas...

O Papa vem aí.

Eles até limpam a cidade, sim porque o "Papa" que é só uma pessoa, é mais importante do que as milhares que vivem em Fátima. Um tipo que se veste com um longo vestido, um boné "démodé" e que anda com uma espécie de cajado na mão com um tipo pregado numa cruz, tem das maiores credibilidades de sempre.

Acho muito bem que limpem as cidades por onde ele passa, ao menos limpam-nas de 50 em 50 anos, não está mal. O Papa vem do Vaticano, um pequeno País que é dos mais ricos... Será que é por roubarem doces às crianças que muitos deles molestam? Quando acabarão estas poucas vergonhas?

Se o vaticano é tão rico, porque é que não distribuem riqueza pelos pobres? Não é o que o Papa está sempre a pedir? Igualdade para todos, etc, etc... E se em vez de falar fizesse alguma coisa?

Parece que a sua santidade até vai ter direito a uma cadeira que está a ser feita especialmente para ele... A pessoa que a está a fazer, diz que um dia os netos vão se orgulhar dele (LOL). Espero bem que, se algum dia eu for avô, que eles se orgulhem de mim pelo o que eu faço para os ajudar [a eles ou a outros] e não por eu ter feito uma cadeira para "A", "B" ou "C".





Gostava de saber porque é que se orgulham do Papa... Será por ele usar aquela vestimenta que eu descrevi, ou será porque ele fala sem fazer nada? Dizem que quando ele fala traz esperança... Realmente tem a sua verdade, eu fico sempre na esperança que se cale e faça algo.

Escondam as crianças dos Padres, nunca se sabe.

Aqui está o 25 de Abril na sua plenitude


                                         "Nove em dez empregos novos são precários."

                                           Título de JORNAL DE NOTÍCIAS - 25/4/2010


Como já tinha escrito, o verdadeiro 25 de Abril ainda não se deu. Talvez tenha ocorrido para os empresários, os que são patrões. Hoje em dia, escusam-se com a crise (seja lá o que ela for), para "pressionar" os trabalhadores: "Epá isto está difícil... Está complicado ter dinheiro para vos pagar. Vamos ter que trabalhar mais para ver se se consegue." Este é só um exemplo até muito "soft" porque a relação do patrão com o empregado é feita com arrogância e maior violência psicológica, do género: "Se não fazes, vais-te embora e o que não falta aí é gente para entrar." ou "Hoje em dia já não há empregos fixos.".

Já estive em alguns empregos em que, de 3 em 3 meses, se mudava o nome à empresa e, com essa mudança, vinha a história do "isto está mal, começámos agora..." e depois aumentavam a carga horária e diminuíam o vencimento. Diminuiram-me o vencimento por 4 vezes; foram as vezes que a empresa mudou de nome.

Trabalhei no Intermarché de Évora, na secção de líquidos (vinhos, cervejas, bebidas brancas, águas, sumos de pacote, sumos de garrafa, etc.) e quando chegava a minha hora de sair era pressionado para ficar a fazer mais horas [com a tal chantagem de se poder perder o emprego e "há outros que fazem"], horas essas que já me tinham avisado de antemão que não iriam ser pagas. Mas pasmem-se, nessa secção era para estarem a trabalhar 3 pessoas, mas não estavam, estava só uma pessoa, eu. Como eu queria conservar o meu posto de trabalho, sentia-me mal (com a consciência) se não ficasse, mesmo sabendo que não iria receber por isso. Uma das vezes cheguei menos do que 5 minutos atrasados e o meu patrão perguntou-me se aquilo é que eram horas de chegar. Expliquei-lhe que tinha saído 2 horas depois do meu horário na véspera, ao que ele simplesmente me respondeu que não lhe interessavam as horas a que eu saía, mas sim às que eu entrava...

Hoje em dia, o empregado é um escravo que só ali está para ser usado, uma e outra vez até à exaustão.

Ainda me fizeram outra. Como eu tenho uma vida de pobre e com algumas dificuldades, montaram-me uma cilada (que saiu furada). Mandaram-me para o corredor dos vinhos e das bebidas brancas e lá encontrei uma carteira de senhora (enorme). Agarrei nela e, sem demoras, levei-a ao balcão de informação, entregando-a. Obviamente, nem a abri; se calhar, se fosse na rua, fazia-o para ver de quem era. Mais tarde, vim a saber, por um rapaz que se tornou meu amigo e que trabalhava na vídeo-vigilância,  que essa situação da carteira tinha sido montado pelo patrão... Tudo isto porque alguém andava a comer donuts das "quebras" (quando a embalagem está aberta ou tem o produto danificado, coloca-se numa zona designada por zona das quebras) e o principal suspeito era eu. Portanto, está aqui mais um exemplo prático de como tudo funciona: se formos pobres, somos ladrões.

Lá se veio a descobrir que afinal quem andava a comer os donuts era uma rapariga (Romena) da limpeza porque recebia mal e não tinha muito que comer. Em vez de um "ralhete" despediram a rapariga. Em Portugal não há pedagogia. Essa palavra é o mesmo que mostrar a cruz ao Diabo. As senhoras da limpeza (as Romenas) diziam-me que mais valia não terem saído do seu País, pois aqui era igual, senão pior, nem sabiam bem.

Obviamente que quem se queixa é quem recebe os extraordinários salários de 450€. Dos 600 € para cima poucos ou nenhuns falam... Pudera, ainda podem perder o que têm. Usamos muito aquela máxima "Com o mal dos outros posso eu bem".

25 de Abril? Sim, sempre... Sempre que acontecer, quando acontecer um a sério... Até lá, posso já não estar cá.

A revolução dos (es)Cravos

 

Um gajo acorda, liga a televisão e vê uma data de engravatados com cravos na lapela que comemoram a "liberdade". Liberdade? Liberdade no quê, do quê? Passámos de roubados e calados, para roubados, escravizados e com a pouca liberdade de nos podermos queixar? E ao que é que nos leva a queixa, e a conversa? Com a revolução ficámos ainda piores. Agora em vez de sermos roubados por "um", somos roubados por uma data deles que compram submarinos com trafulhice à mistura, tiram cursos ao Domingo, entram em escândalos de corrupção, os Freeports, compras de televisões, Bancos, etc, etc, etc.

Acho que a revolução foi mesmo das flores: a partir desse dia começaram a aparecer mais...

Quem fez a revolução não foi o povo, foram os militares. O povo Português não quer fazer nada; os homens querem papar as mulheres e ser ricos e as mulheres querem subir na vida, nem que seja "na horizontal", e ser ricas. Muitas querem sê-lo sem trabalhar, depois casam-se com velhos cheios dele... Mas ninguém olha para o lado, para o vizinho ou o amigo, e deseja a sua felicidade. O Português é invejoso e egoísta. Desde que a televisão foi inventada que, em Portugal, as pessoas querem é aparecer nesse rectângulo, seja lá pelo que for.

Foi por tudo isto e muito mais que nós já fomos donos de meio Mundo e perdemos tudo. O Português não pensa em conjunto, só pensa em si próprio. Prefere dar dinheiro para outros Países (e povos), do que ajudar os pobres do seu País que dormem ao pé da sua porta. E porquê? Porque se der ao pobrezinho que dorme ao pé da sua porta, o acto não é "visível"; já ninguém pode dizer ou achar que ele é uma excelente pessoa.
Quando dou uma esmola (por exemplo), estando eu desempregado e recebendo mal, é porque quero ajudar a outra pessoa (para aquele dia, pelo menos), e não preciso que "vocês" me venham aplaudir esse acto. Fico extremamente feliz quando a pessoa que eu ajudo fica alegre e me agradece. Sim, também sou egoísta, não quero esse momento partilhado com mais ninguém; só eu e a pessoa é que temos que saber.
25 de Abril, liberdade e democracia? Quando realmente a revolução dos (es)Cravos acontecer, avisem-me.


P.S.: Obviamente há excepções à regra, existem Portugueses diferentes dos que eu descrevi... São é poucos.