
 
Depois
 de ver "A Bíblia", com o actor português Diogo Morgado a fazer o papel 
de Jesus Cristo (J.C.), retirei uma conclusão, também ela cheia de Fé:
 
 Se J.C. estivesse vivo, hoje em dia, certamente que não morreria 
crucificado - esse modo operandis já seria muito rebuscado. Hoje em dia,
 as coisas são feitas (e seriam feitas) de forma diferente. Primeiro que
 tudo, enviavam J.C. para Portugal, depois,
 colocá-lo-iam numa daquelas empresas transformadoras (que transformam 
pessoas em escravos) e fariam-no trabalhar até à morte; apenas lhe 
dariam em troca um ordenado, digamos, de 500€. Como é sabido, todas 
estas condições são meio caminho andado para a morte do artista.
 
 Quando o Diogo Morgado (no filme) estava preso na Cruz, a morrer, ia 
falando com um dos seus parceiros do lado. Ora aqui está outra coisa que
 nunca poderia acontecer nos dias de hoje. Nunca lhe permitiriam falar 
com o parceiro do lado, é algo completamente proibido pela esmagadora 
maioria das empresas transformadoras. 
 
  Portanto, o que eu 
quero dizer é que seria (e foi) mais cómodo para J.C. morrer pregado 
numa cruz, pois apenas sofreria e morreria. O problema é que ninguém 
ganhava nada à sua custa - tirando as reportagens em directo, das 
televisões... Depois, também vi pessoas a olhar para ele com pena e 
compaixão. Lá está, nos dias de hoje, estariam com os telemóveis a 
tirar-lhe fotografias e a colocar na net - onde certamente muita gente 
aproveitaria para fazer umas fotomontagens com a sua cara... Parece até 
que estou a ver a indignação das pessoas que assistissem àquele cenário 
(do J.C. pregado na cruz)... Muitas dessas pessoas sugeririam arame 
farpado em vez da coroa de espinhos... As pessoas mais perversas até 
sugeririam que, em vez de o deixarem morrer, o deixassem viver. "Isso 
sim é que seria um castigo", diriam muitos. O curioso de tudo isto, é 
que depois de o matarem, iriam colocar os seus "assassinos", como 
comentadores, num programa de televisão...
 
 Este Mundo não é 
para os J.C´s. Este Mundo é para os Sócrates (e os seus 
patetó-admiradores), Passos Coelhos, Merkel´s, Berlusconis, (etc, etc, 
etc...) e todos os seus séquitos seguidores...
 
 Digo tudo isto, tendo por base uma enorme convicção e uma fé inabalável, infelizmente.